Domingo, 27 Novembro 2016 19:15

Hipercolesterolemia Familiar pode aumentar em 30 vezes o risco de problemas cardíacos

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Cerca de 200 mil pessoas possuem essa enfermidade silenciosa, que pode provocar doença arterial coronariana, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral ainda em idade jovem.

A hipercolesterolemia familiar (HF) é uma alteração genética que aumenta os níveis de colesterol no sangue. Estima-se que 10 milhões de indivíduos no mundo tenham a doença. Desses, 10% são diagnosticados e apenas 25% recebem tratamento.

Cerca de 200 mil pessoas possuem essa enfermidade silenciosa, que pode provocar doença arterial coronariana, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral ainda em idade jovem. O Dr. Marcelo Sobral, cirurgião cardiovascular da Beneficência Portuguesa de São Paulo, alerta: o diagnóstico precoce é o melhor tratamento.

A maior incidência de morte em virtude da HF é pela doença arterial coronária. No mundo, cerca de 200 mil pessoas morrem devido a essa disfunção, que poderia ser evitada com tratamento adequado. De acordo com o especialista, se o indivíduo tiver LDL (mau colesterol) maior que 190 mg/dl e histórico de doença cardíaca na família, deve-se investigar hipercolesterolemia familiar. “A doença age de forma discreta, mas tem consequências devastadoras. Quando não tratada, aumenta em 30 vezes o risco de desenvolver problemas cardíacos”, explica Dr. Sobral.

A HF isolada não apresenta sintomas, mas alguns tipos de HF levam a alterações físicas específicas, como tendões inchados nos calcanhares e nas mãos, áreas de coloração amarelada em torno dos olhos e descoloração branca ao redor da córnea. A partir desses sinais e da realização do teste genético é possível detectar a doença. Se o diagnóstico é relativamente simples, o tratamento é ainda mais. “Quando diagnosticado, o paciente precisa iniciar a prática de atividade física, a reeducação alimentar e fazer uso de medicamentos específicos para controlar as taxas e diminuir o risco de apresentar aterosclerose, infarto ou AVC. O tratamento adequado garante vida normal ao portador da doença”, explica Dr. Sobral.

Um fator determinante é que grande parte dos acometidos pela HF herdou um gene receptor de LDL defeituoso de um dos seus pais e se tornou mais propenso a produzir e acumular essa substância em seu sangue. Por conta disso, é importante rastrear a doença em toda a família, o chamado Rastreamento em Cascata. “É possível que 50% dos familiares de uma pessoa com Hipercolesterolemia Familiar tenham a doença também, por isso é tão importante diagnosticar precocemente e medicar da maneira mais adequada”, finaliza o especialista.

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